terça-feira, 19 de março de 2013

Prefeitura pode Travar Metrô de Salvador

A Prefeitura de Salvador tem dado sinais claros de que não está disposta a mexer com o lucro das empresas de ônibus para viabilizar a integração do metrô às linhas de ônibus atuais. Com isso, metrô de Salvador pode não passar para o Governo do Estado para a conclusão da Linha I e a construção da Linha II na Avenida Paralela.


Será que a Prefeitura vai liberar?

Entenda o caso em 10 passos:


1) O Governo do Estado defende que sejam criadas linhas de ônibus exclusivas para levar os passageiros até as estações do metrô, e depois deixar no ponto de ônibus mais próximo de casa, em um raio máximo de 5 quilômetros de cada estação. Pagando-se uma única tarifa.

2) Estes ônibus, como requer o Governo, ficariam sob a responsabilidade da mesma empresa que vencer a PPP que vai construir e gerir o metrô. O problema é que, pela legislação, para operar linhas de transporte rodoviário em Salvador, o Estado precisa da autorização da prefeitura e Câmara Municipal.

3) O secretário de Transportes e Infraestrutura de Salvador, José Carlos Aleluia, descarta completamente a possibilidade de dar essa autorização. Ele teme que a existência de dois sistemas de ônibus operando simultaneamente na cidade gere prejuízo para as empresas das linhas convencionais ligadas ao SETPS

4) Segundo Aleluia, a perda dessa demanda de passageiros poderia prejudicar 70% da população que usa transporte público e não se beneficiará com o  metrô, com aumentos de tarifa e redução na qualidade do serviço.
Passagem dos ônibus pode aumentar e serviço piorar, segundo Aleluia

5) A contraproposta da prefeitura é a de que as empresas de ônibus das linhas convencionais (ligadas ao SETPS) operem as novas linhas de integração, e repassem à gestora do metrô metade da tarifa de R$ 2,80 cobrada de cada passageiro que fizer a integração. Nesta equação, as empresas de ônibus ficariam com os outros R$ 1,40

6) Esta possibilidade foi descartada pelo secretário da Casa Civil do Estado, Rui Costa, por meio de nota oficial. O estado pretende manter a tarifa do metrô, com ou sem integração, nos mesmos R$ 2,80 pagos hoje no sistema de ônibus convencional.

7) Nos cálculos para a composição desta tarifa, o custo por passageiro no sistema de integração gerido pela vencedora da PPP seria de apenas 95 centavos, valor 45 centavos mais barato do que é cobrado pelas empresas de ônibus.

8) Como a rejeição da Prefeitura em relação a criação do sistema alimentador, o Estado aceitou que a integração fique com as empresas que hoje operam as linhas convencionais, desde que elas fiquem com apenas os R$ 0,95 por passageiro.

9) A prefeitura mais uma vez não concordou. Nos cálculos municipais, este valor deixaria as empresas de ônibus "operando em prejuízo", que seria compensado com um aumento de tarifa atingindo todas as linhas, inclusive as que não se integram com o metrô.

10) Ontem (18/03/13), em evento na Governadoria, Wagner descartou aumentar os subsídios para pagar os R$ 1,40 por passageiro que usar os ônibus da integração, como quer a prefeitura, e ainda assim manter a tarifa final para os passageiros em R$ 2,80. “Só estamos assumindo despesas: há um investimento do estado de mais de R$ 600 milhões, mais R$ 150 milhões para o subsídio por ano”, disse.

Referências: Correio

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