Exemplo da degradação no entorno dos elevados - Avenida Rodrigues Filho, Rio de Janeiro. |
O BRT que pretende ligar a Estação da Lapa ao Iguatemi atravessando o canteiro central das Avenidas: Vasco da Gama, Juracy Magalhães e ACM, poderá deteriorar o entorno destas regiões com a construção de 04 grandes elevados, 03 viadutos e 09 estações sendo algumas delas suspensas, ignorando exemplos concretos que este tipo de intervenção pode causar, a exemplo da Avenida Rodrigues Filho no Rio de Janeiro e o Minhocão em São Paulo. A Prefeitura de Salvador também quer dar a sua contribuição na contramão do urbanismo.
Com investimentos de aproximadamente 800 milhões de reais a serem aplicados em um pequeno trecho de 8,6 quilômetros, o BRT proposto terá um custo médio de aproximadamente 93 milhões de reais por cada quilômetro a ser construído, um dos mais caros do planeta. Nos bastidores, diz-se que este projeto teria sido doado por uma grande empreiteira baiana, prova disso é que não houve consulta pública, como prevê o Estatuto das Cidades, um sinal claro de imposição de interesses privados.
Projeção de uma das estações do BRT Lapa - Iguatemi, não se engane com o colorido da imagem |
Porém, a degradação do entorno destas avenidas e o valor vultuoso que será investido em tal empreitada não são as únicas anomalias desse projeto. Desde que os empresários de ônibus, setor influente da capital baiana, viram ruir o seu sonho de ter implantado o seu projeto de BRT na Avenida Paralela, alternativas de competição ao Metrô tentam ser viabilizadas a todo custo. Prova disso, é que para fazer a mesma ligação proposta pelo BRT (Lapa - Iguatemi) já está prevista a construção da linha 02 do Metrô, ou seja, o poder público financiará um projeto redundante, criando competição econômica por demanda de passageiros.
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Apesar disso, as obras estão previstas para iniciar logo após a Copa do Mundo e já possui a verba assegurada através de um empréstimo com a Caixa Econômica e recursos da Prefeitura de Salvador. Nunca antes se investiu tanto em ônibus, um transporte que em Salvador representa o descaso e a submissão do poder público, traduzido em: sujeira, insegurança, impontualidade, vulnerabilidade a greves e tarifa cara pelo péssimo serviço que é oferecido.
2 comentários:
Este projeto não foi doado por uma grande empreiteira, foi doado pelo Setps. E pelo que sei quem pagará essa conta é o próprio Setps (checar isso).
Projeto da Padro Valadares e ao que tudo indica, a execução será feita pela Odebrecht.
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